O ALMANAQUE DE NAVAL RAVIKANT: UM GUIA PARA RIQUEZA E FELICIDADE
Esta é uma tradução autorizada do livro The Almanack of Naval Ravikant, editada a partir da versão final publicada. Para acessar o artigo original em inglês clique aqui. Para saber mais sobre o projeto e ver mais conteúdos em português acesse aqui.
Acho que o erro mais comum da humanidade é acreditar que você será feliz por causa de alguma circunstância externa. Eu sei que isso não é original. Isso não é novidade. É uma sabedoria budista fundamental — não estou assumindo o crédito por isso. Acho que realmente só o reconheço em um nível fundamental, inclusive em mim mesmo.
Nós compramos um carro novo. Agora, estou esperando que o carro novo chegue. É claro que, todas as noites, estou nos fóruns lendo sobre o carro. Por quê? É um objeto estúpido. É um carro estúpido. Não vai mudar muito minha vida ou mesmo nada. Sei que no instante em que o carro chegar, não vou mais me importar com ele. O que acontece é que estou viciado no desejo. Estou viciado na ideia desta coisa externa me trazer algum tipo de felicidade e alegria, e isto é completamente ilusório.
Olhar para fora de si mesmo para qualquer coisa é a ilusão fundamental. Não quer dizer que você não deva fazer coisas do lado de fora. Você deve absolutamente. Você é uma criatura viva. Há coisas que você faz. Você reverte a entropia localmente. É por isso que você está aqui.
Você está destinado a fazer algo. Você não está destinado a ficar deitado na areia e meditar o dia inteiro. Você deve se autorrealizar. Você deve fazer o que está destinado a fazer.
A ideia de que você vai mudar algo no mundo exterior e que vai lhe trazer a paz, a alegria eterna e a felicidade que você merece, é uma ilusão fundamental que todos nós sofremos, inclusive eu. O erro repetidamente é dizer: “Oh, eu ficarei feliz quando eu conseguir essa coisa”, seja lá o que for. Esse é o erro fundamental que todos nós cometemos, 24 horas por dia, 7 dias por semana, o dia todo. [4]
A ilusão fundamental: Há algo lá fora que me fará feliz e realizado para sempre.
O desejo é um contrato que você faz consigo mesmo para ser infeliz até conseguir o que deseja. Penso que a maioria de nós não percebe que é isso que é. Creio que passamos o dia todo desejando coisas e depois nos perguntamos por que somos infelizes. Eu gosto de ficar consciente disso, porque assim eu posso escolher meus desejos com muito cuidado. Tento não ter mais de um grande desejo na minha vida em um determinado momento, e também o reconheço como o eixo do meu sofrimento. Percebo a área onde escolhi ser infeliz. [5]
O desejo é um contrato que você faz consigo mesmo para ser infeliz até conseguir o que deseja.
Uma coisa que aprendi recentemente: é muito mais importante aperfeiçoar seus desejos do que tentar fazer algo que você não deseja 100%. [1]
Quando você é jovem e saudável, você pode fazer mais. Ao fazer mais, você está realmente assumindo mais e mais desejos. Você não percebe que isto está lentamente destruindo sua felicidade. Eu acho que os mais jovens são menos felizes, mas mais saudáveis. As pessoas mais velhas são mais felizes, mas menos saudáveis.
Quando você é jovem, você tem tempo. Você tem saúde, mas não tem dinheiro. Quando você é de meia-idade, você tem dinheiro e saúde, mas não tem tempo. Quando você é velho, você tem dinheiro e tempo, mas não tem saúde. Portanto, a trifeta é tentar obter os três de uma vez.
Quando as pessoas percebem que têm dinheiro suficiente, já perderam seu tempo e sua saúde.
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